Aumenta confiança de empresários fluminenses na retomada econômica

Fecomércio RJ destaca sinal positivo para os próximos três meses

Os empresários fluminenses estão confiando mais na retomada econômica nos próximos meses, revela pesquisa divulgada hoje (15) pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ). Segundo a pesquisa, 21,3% dos 498 entrevistados do setor de comércio de bem, serviços e turismo do estado disseram que a situação dos negócios melhorou nos últimos três meses, superando o percentual de dezembro (20,7%).

A sondagem foi realizada entre os dias 5 e 8 de janeiro.

O número de comerciantes que declararam estabilidade em seus negócios passou de 19,7%, em dezembro, para 24,5% neste mês, enquanto o dos que constataram piora caiu de 29,8% para 28,3%. Isso ocorreu também com aqueles que disseram que os negócios pioraram muito, cujo total caiu de 27,3% para 22,3%. Para 3,6%, houve muita melhoria em relação aos 2,5% de dezembro do ano passado.

Conforme a pesquisa, a variação foi positiva também nas expectativas dos empresários para os próximos três meses. Cerca de 76% esperam que os negócios melhorem ou melhorem muito. No mês anterior, o percentual era de 71%. Houve ainda pequena queda na proporção de empresários que esperam situação piorar ou muito pior, que passou de 12,3% em dezembro, para 10,4% em janeiro.

Os economistas da Fecomércio RJ destacam que aumentou o otimismo dos empreendedores com as perspectivas para o próprio negócio nos próximos três meses, primeiro sinal positivo após duas quedas consecutivas.

Demanda
Os resultados apontam crescimento no indicador que captura o comportamento da demanda por bens e serviços produzidos pelos empresários nos últimos três meses. Agora em janeiro, o indicador marcou 65,7, contra 61,8 em dezembro.

Quanto à demanda para os próximos três meses, a pesquisa identificou expectativa otimista dos empresários. O número dos que esperam estabilização evoluíram de 32% em dezembro para 33,9%, em janeiro. Para 43,2% dos entrevistados, haverá aumento e 8,6% esperam incremento significativo.Os pessimistas, que em dezembro somavam 12,3%, caíram para 8,6%. Entre os que acreditam em diminuição acentuada da demanda, o percentual manteve-se estável em 5,6%.

Emprego
A pesquisa revelou expansão entre os empreendedores que apontaram aumento do número de trabalhadores em suas empresas nos últimos três meses, passando de 4,2% para 6%. Para 46,4%, o quadro ficou estabilizado; para 22,3%, houve redução e, para 24,7%, muita diminuição. O indicador que mede as contratações nos últimos três meses subiu de 54,4, em dezembro, para 59,6 em janeiro.

Cresceu também a expectativa de contratação entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, puxada, em especial, pela proporção de empresários que disseram que o quadro de funcionários diminuiria ou diminuiria muito (22,5%) em janeiro, frente aos 24,6% dezembro. O indicador subiu de 95,6, em dezembro, para 98,6 em janeiro.

Preços e inadimplência
A percepção dos empresários sobre os preços dos fornecedores neste início de ano sinaliza relativa estabilidade. Segundo a Fecomércio RJ, caso o quadro se mantenha assim, é possível que nos próximos meses perceba-se o início de uma redução nos preços para o consumidor.

“A trajetória do preço ao consumidor dependerá do grau de velocidade de recuperação do setor de serviços que, por sua vez, dependerá do ritmo com que os governos vão vacinar a população. Se a vacinação tiver um bom ritmo no primeiro trimestre, a recuperação do setor de serviços muito provavelmente também ganhará força, impactando a tendência dos preços da economia”, diz a entidade.

O percentual dos que declararam não estar inadimplentes subiu de 39,2%, em dezembro, para 42,8%; 22,1% afirmaram que suas empresas estão inadimplentes, enquanto 22,1% informaram que seus negócios têm poucas restrições. Os que se consideram muito inadimplentes correspondem a 13,1%.

A maior inadimplência é com os fornecedores (37,6%), seguida pelo aluguel (35%), pelos bancos comerciais (29,5%) e conta de luz (23,2%), entre outros.

Estoque
Quase metade dos entrevistados (49,1%) disseram estar com estoques abaixo do planejado -em dezembro, o percentual era de 55,9%. Para 39,4%, ficou igual e ,para 11,5%, o abastecimento foi acima do planejado.

Indagados sobre dificuldades no reabastecimento, 69,1% confirmaram a ocorrência de entraves: no mês anterior, eram 75,1%, seguidos por 30,9% que negaram qualquer dificuldade nesse sentido; em dezembro, eram 24,9%. Entre os obstáculos citados pelos empreendedores, os produtos nacionais aparecem na frente, com 48,4%. Em seguida, vêm, em conjunto, produtos nacionais e importados (43,5%) e somente importados (8,2%).

Fonte: Agência Brasil