“Pior ficou para trás”, avalia Fecomércio-RJ sobre resultado do PIB

Apesar da queda de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, divulgada nesta terça (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a piora em relação a 2015 aconteceu com menos intensidade, avaliam economistas.

Para a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), apesar dos resultados negativos, que eram esperados devido à conjuntura econômica, “há clara desaceleração da queda do PIB ao longo de 2016”. A análise das variações trimestrais mostra que a taxa chegou a registrar queda de 4,8% entre abril e junho do ano passado.

Para a entidade, a inflação apurada em janeiro deste ano no menor patamar para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, favorece o corte dos juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), “como forma de estimular o investimento e o consumo, fundamentais para a retomada do emprego e da renda”. Os economistas da Fecomércio-RJ avaliam que, com a redução do custo do crédito e a melhora da confiança de empresários e consumidores, somadas a medidas em curso no campo fiscal, “a sensação é a de que o pior ficou para trás”.

Perspectivas

O economista e professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin avaliou que surpreendeu, em especial, o resultado do quarto trimestre (-0,9% em relação aos três meses anteriores). “Veio pior do que se esperava”. Segundo Rochlin, isso sugere que o primeiro trimestre de 2017 “também não deve ser dos mais auspiciosos”. Em relação à produção e oferta, a indústria vem acumulando nos últimos três anos queda acima de 20%, “o que é assustador e mostra que a gente tem uma tremenda capacidade ociosa”.

Na avaliação do especialista, indicadores positivos que são percebidos no cenário econômico, como a queda da inflação e dos juros, sugerem melhores condições para a retomada da economia. “Isso significa que um pouco mais adiante, a gente pode pensar em retomada do consumo por parte das famílias”. Outros indicadores, chamadosde  antecedentes, como a bolsa de valores, por exemplo, sugerem uma tênue recuperação. Ainda assim, a perspectiva é que o primeiro trimestre de 2017 poderá registrar um número negativo.


Agência Brasil