14/01/2014
Pelo menos dois homens, com cerca de 60 anos, estão agindo em lojas do centro da cidade se passando por fiscais da Receita Federal e aplicando os golpes.Um novo golpe vem tirando o sossego dos comerciantes do Centro de Niterói nesse ano de 2014. Pelo menos dois homens, ambos com cerca de 60 anos, estão aplicando um golpe em estabelecimentos comerciais da região se passando por fiscais da Receita. Com a desculpa de estarem fazendo um recadastramento de CNPJ, eles roubam folhas de talões de cheques e, com a assinatura da vítima adquirida em um falso cadastro, fazem saques.

Segundo a polícia, o golpe não é novo, apenas nesse ano já fez mais de dez vítimas, e sempre com a mesma logística.

“Eles entram e pedem o CNPJ da empresa e dizem que tem que conferir com os dados da conta bancária. Eles pedem um talão de cheques e retiram as últimas folhas, e com elas fazem saques em contas de laranjas, nomes falsos, sempre conta poupança”, disse o delegado adjunto da 76ª DP (Centro), Anestor Magalhães, que investiga o caso.

O golpe é aplicado por pessoas que conhecem como funciona o esquema das microempresas, pois conhecem todos os termos e tarefas condizentes com a função de um fiscal. Em uma loja de móveis localizada na Rua Marechal Deodoro que recebeu a visita dos falsos fiscais, eles conseguiram sacar R$ 4 mil do estabelecimento.

“Eles vieram aqui no último dia seis e um homem que se apresentou como Marcos Xavier mostrou uma identificação e tudo. Disse que estava fazendo uma fiscalização de rotina. Ele logo pediu a documentação e eu peguei o alvará e ele logo reconheceu e documento e disse que o que ele queria era o CNPJ”, disse uma funcionária que não quis se identificar.

Com a desculpa de que estava fazendo um recadastramento, que duraria até 18 de março, que iria chegar um novo cartão do CNPJ diretamente no banco em que os comerciantes teriam conta, ele pediu o talão de cheques para checar a numeração e dados bancários e verificar se tudo estava batendo. Depois que ele conseguiu pegar o talão, repentinamente encheu de clientes.

“A loja ficou muito cheia de repente e toda hora um vinha e chamava para perguntar as coisas mais absurdas. Mas na hora estávamos tão preocupados com a fiscalização que dávamos um jeito de atender todo mundo e assim que o suposto fiscal foi embora a loja se esvaziou. Acredito que todos estavam participando do golpe, até um cara que comprou um santinho e nem sabia que santo era”, relatou a funcionária.

A polícia suspeita que seja no mínimo uma dupla de homens com idade entre 55 e 60 anos que vem atuando com esse tipo de crime. Cuidadosos, até agora eles não aplicaram o golpe em lojas que possuam câmeras de segurança e ainda não foram flagrados em nenhuma filmagem. No entanto, os agentes fazem buscas para verificar se câmeras localizadas em estabelecimentos vizinhos aos lesados tenham flagrado a ação dos criminosos.

A Receita Federal informou à Polícia que não está fazendo nenhum tipo de recadastramento com fiscais indo até o estabelecimento dos comerciantes e que também não possui nenhum fiscal chamado Marcos Xavier. Agentes da 76ª DP pedem para que os comerciantes da região entrem em contato com receita e informem o nome do funcionário antes de entregar qualquer documentação.

Quem também já foi lesado pelo golpe deve entrar em contato com a polícia o mais rápido possível.

Fonte: O FLUMINENSE