09/09/2013
Falta de policiamento nas ruas e a alta rotatividade no comando do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM), responsável pelo patrulhamento em Niterói, foram apontados, durante audiência pública da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na sexta-feira (06/09), como razões para os altos índices de criminalidade registrados na cidade.
O SINDILOJAS NITERÓI participou ativamente da reunião, com o presidente José Luiz Pascoal e o vice-presidente, Charbel Tauil, tendo igualmente participado o presidente da CDL Niterói e secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Fabiano Gonçalves.
Membro do colegiado, o deputado Comte Bittencourt (PPS) informou que a frequente substituição de comandantes no 12º BPM é um dos problemas mais graves. “O atual dirigente é o 12º, em 13 semestres do atual governo. A maioria deles, sem nenhuma relação social direta com a cidade. A descontinuidade do trabalho realizado pelo chefe anterior atrasa o avanço no combate contra a violência”, opinou. Comte defendeu que medidas emergenciais devem ser tomadas. “Hoje, apenas 20% do prometido no Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), que coloca policiais de folga nas ruas, estão operando. É preciso o aumento imediato desse efetivo”, concluiu o parlamentar.
O comandante do Estado-Maior da Polícia Militar, coronel Paulo Henrique Azevedo de Morais, informou que um dos motivos para o aumento de crimes como roubo a transeuntes, que pulou de 488 casos em julho de 2011 para 768 casos no mesmo período, em 2013, por exemplo, se dá pela grande concentração de renda per capita do município, uma das maiores do país. “A possível migração de bandidos para Niterói não é um fator determinante no aumento da violência, e também não podemos dizer que tal processo aconteça por conta da instalação das UPPs em comunidades do Rio. Sem dúvida a renda per capita da cidade é um ponto bastante expressivo para os praticantes desses delitos”, garantiu o coronel.
Já o secretário de Segurança Pública de Niterói, coronel PM Marcus Jardim, anunciou que o município pretende atuar em parceria com a Polícia Militar, com a construção de um centro de monitoramento para mapear toda a cidade. Ele reconheceu a carência de efetivo no batalhão do município, mas garantiu que a Prefeitura atuará em total sintonia. “O atual comandante do batalhão está direcionando seus esforços e ações para algumas comunidades estratégicas, para atuar de forma mais eficiente. Nós, da Prefeitura, vamos trabalhar lado a lado com todas as integrações possíveis”, acrescentou. O deputado Paulo Ramos (sem partido) também participou da audiência.
Presidente da comissão, o deputado Iranildo Campos (PSD) disse que encaminhou um ofício para a Secretaria de Estado de Segurança e para as chefias das polícias Militar e Civil, cobrando providências. “Queremos uma resposta rápida do Governo, para colocar o máximo de efetivo na rua e comunidades, para a realização de ações de vistorias, revistas de suspeitos etc. Temos que dar tranquilidade para a população e mostrar que as corporações estão presentes”, frisou o parlamentar.